Podemos compreender o ideal de um “olhar psicanalítico” como o fenômeno essencial à eficiência da prática clínica ao manter atuante e estimulado o desejo do analista de fazer-se objeto em prol das emergências do outro que sofre; posição que de maneira alguma faz-se alcançável pela vaidade, que como um câncer, corrompe a atenção flutuante, envereda julgamentos e alicerça de bom grado o gozo ante a posição do suposto saber, gozo que realimenta fantasias narcísicas e aniquila a possibilidade de poder fazer-se objeto de transferência. Em suma, o percurso analítico deve incondicionalmente caminhar para que suas fundações cravem-se no desejo em fazer-se tão somente objeto para uso das emergências de outrem. Um mundo pelo qual se houver amor, não haverá espaço para o glamour. Por Daniel S. Para MinhaTerapia.org